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Palavras são doenças esperando cura. Quando digo o que sou, de alguma forma, eu o faço para também dizer o que não sou.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O ópio do óbvio.

Essa sua face gélida me encanta, faz o meu coração vibrar, meus olhos transcenderem e morrer dentro de mim mesmo ao lhe ver partir. Alguns casos de amor trazem dor, essa sensação impotente de niilismo já me leva para o abismo. Na segunda vez em que nos encontramos deixaste um estranhíssimo mullets, não ficou ruim, meu bem, porém, prefiro aquele seu cabelo despenteado, meio que de lado, tampando a os seus olhos, mas fazendo o seu rosto tornar-se ainda mais singelo.

Sofro por saber que és escrava do seu próprio óbvio, a quantidade de ópio ingerida te consome cada vez mais, seu sorriso é um tanto quanto desconfiante, mas ainda brilha muito...A, minha pequenina, torço tanto para se livrar de tudo que corrói, mas você me diz que nem dói ser assim, tenta me provar que consegue ser feliz.

Às vezes fecho os olhos e lembro-me daquela tarde em que nos conhecemos, você lendo o seu livro e curtindo a sua onda de solidão, eu fugindo da minha vida que parecia até um porão com
ida, mas sem volta. Sorrimos um para o outro, conversamos a tarde toda, ao anoitecer viste que valia a pena ceder-me um cado do seu sorriso, não me contive e tentei mostrá-la que não teria como pensar em você dali pra frente só como um amigo. Um dia vai se livrar dessa obsessão pelo concreto, passaremos, então, a falar o mesmo dialeto. Mesmo se estiveres insana, venha pra perto de mim, eu ainda tenho aquele instinto sacana.

Lagos.

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