Zumbido.

Ele se acaba no chão como um bêbado. Não tenta se conter de toda nostalgia, pensa que hoje em dia tudo é unicamente miserável, e que nada pode ser mais desejado. Que Deus lhe pague por tudo que fizeste – já dizia ele. Sem saber que, a vida nem sempre retorna tudo imediatamente quando desejamos a alguém.

Ele vem pelas pontas, cambaleando, andando quase caindo, a cabeça balançando mais forte que o mar. Não sente ainda a presença da sereia Iemanjá, mas já senti o frio na barriga, e o cheiro da cachaça apertar quando sente assua pernas tremerem de frente para o mar.

Ele pede que a cabeça deles faça as pazes com o seu bem estar. Mas não sabe que ela sorrir ao vê-lo se autodestruir. Zomba quando o vê caído pelas vielas. Tenho pena deste homem, mas ele deveria ter mais amor próprio, ao em vez, de pensar em amar uma mulher que nem sequer sabe o que é se apaixonar.

Lagos.