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Palavras são doenças esperando cura. Quando digo o que sou, de alguma forma, eu o faço para também dizer o que não sou.

domingo, 8 de agosto de 2010

Chuva emocional.

Anjo, estou com uma vontade de chorar estranha...Uma dor apertando no peito um nó sem aquela pontinha para desamarrar. Tenho medo de ir embora antes do tempo. Não sei como seria.
Alegraria algumas pessoas, sentiria falta de alguns casos que só tive espaço de viver em minha mente. Há horas que eu penso no tempo, parece que este passou rápido demais, ou que nunca fui capaz de fazer deste o meu grande amigo. Lembro-me de tanta risada fingida, de tantos choros escondidos. Isso é mais rotineiro que aquelas chuvas monstruosas e agonizantes no mês de Janeiro. O mesmo de sempre, o tudo de nada. É sempre a mesma água furada que engana a minha fome de amor e me deixa vivendo como um mero sonhador. E aí, dona Dor, quando vais embora? Quando chegarás a sua hora? Quem vai primeiro, você ou eu? Sem respostas, né? Silêncio. Silêncio.

Ouço a voz da solidão gritando pedindo uma vela para cessar esta pressa e alimentar a esperança como se fosse uma criança esperando pelo seu presente. Ah, este bendito presente – parece mais um esconderijo que não protege nem a quem cede a mão - que é tão idêntico a um passado futuro e me deixa chorando, sentado aqui da sacada olhando o mundo que é a minha calçada, ou até mesmo o nada que invade o meu ser diante desta inacabável madrugada. Tenho muito ainda por andar, mesmo seu cansar não olharei para trás, te verei lá, verei aonde quis que um estivesse e nunca me deste tal oportunidade. Sinto saudades da sua atenção. Vivo com mais tensão do que o habitual, vivo com meu mundo modificado, não é muito aberto e, tampouco, sustentável!

A noite caiu. Um velho, chamado Marabô, me chamou. Disse que a Dona Maria me alegraria e me salvaria. Um malandro esbarrou em mim e me tirou, com um bela zombada, um pouco dessa agonia. A chuva caindo, com um dilúvio, trouxe um alívio nem tanto imediato. Pedi um raio, pedi um mero raio. Pedi um amor que nunca tive. Uma pessoa tão dócil quanto o gatilho que nos leva a fossa. Tua viagem pode ser eu, suas malas estão feitas em minha mente – ou no breu da tangente. Tenho uma casa vazia com velas acesas para dar a sensação de espera da perfeição, ou de bem vindo a vida real onde mora toda aquela gente que brinca de esconder todo o seu emocional.

19 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Este é - indiscutivelmente - o melhor texto que eu já li.

    Que lindo, anjo.
    Nunca perca essa emoção!

    Te amo s2

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  3. anjo, quando se tem asas, que seja pra voar. porque amor só é válido quando a recíproca é completa e verdadeira, e quando nascem essas asas à partir dele. se elas já foram recebidas desde o começo, como é no seu caso, que sejam aproveitadas. quem tem infinitude na alma não precisa procurar incansavelmente pelo amor, porque todos os sentires que existem correm em direção dela, e demoram o tempo certo para chegar, e ser.

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  4. nao sei, mas de alguma forma sinto que nessa sua solidão habita uma alma de flor... a mihha!

    beijos,
    Nii

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  5. por sinal, acho que esse é dos teus mais bonitos posts!
    um beijo cheio de carinho e admiração.

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  6. Sem palavras, só isso que tenho pra dizer. E minha completa admiração.
    Cuide-se

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  7. Vc escreve com uma sensibilidade de tocar todos os órgãos e a alma, se ela existe...existe,né? Hj tbém coloquei um post que é sobre chuva, casa a espera de alguém e essa solidão que nós ronda...
    Claro, tenho que segui-lo, não posso perder o caminho de sua casa! Abçs, e, uma boa semana!

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  8. Ei, não se perca de mim.
    Será que vc ainda lembra de mim? =)
    beijos.

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  9. Querido!!

    Essa chuva que lava a alma, faz um bem danado...

    Sem palavras para descrever essa intensidade de sentimentos que me invadem ao ler teus escritos...

    Ah que coisa mais linda...

    Beijos amigo

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  10. belas imagens em forma de palavras :)

    e a gente sempre espera por alguém... vai vivendo, vai esperando.

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  11. Encantada com teu blog, com tuas palavras...

    Voltarei aqui...

    Tô te add

    bjs

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  12. è nessa solidão de alma, de corpo, d'agente, que surgem as indagações que nos levam a certas conclusões... A dor nunca tem que levar-nos primeiro, antes que ela salte pela janela que invadiu e desaloje nossos peitos cansados.
    E as respostas para tudo ? Ah estas respostas chegam, mais nem sempre claramente.

    querido Carlo, fiquei muito lisonjeada em receber este convite de compormos um texto... Pode ficar certo de que aceito com muita honra, pois compor ao lado de alguém que escreve tão maravilhosamente bem é um carinho imenso... Porém não estou entrando no msn por alguns motivos pessoais meus mesmo, mais quando voltar com certeza lhe adiciono e lhe aviso.

    Um abraços.

    Evelyn Ceinwyn.

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  13. Essa chuva que cai e me afoga por dentro!
    Simplesmente belíssimo.

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  14. E estas tuas palavras que preenche de sentimentos o meu vazio fundo e insondavel. Que faz da minha escrita uma rala observaçao, por que voce é dono do que diz, dono do que pensa e tao escravo do que sente - como eu mesma sou! (:
    Querido, eu adorei!

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  15. Esconder. Deles ou de nós mesmos? Já é tão habitual quem nem sinto. Involuntário, sabe? A gente escreve.



    Gostei daqui.

    :*

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  16. Bela Postagem Carlo, a emoção é algo que deve sempre aflorar em nós como uma chuva de sentimentos..mais com seus devidos limites(ou não..rs)
    Um abraço querido!
    Juliana

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  17. A gente espera chover e deposita tanta esperança nessa chuve. Desejamos que ela lava o que nos restou daquela história que esqueceu de criar um fim para si mesma ou que traga bons ventos para entortar os girassóis e nos fazer olhando o mundo de outro ângulo - um ângulo um pouco torto agora. E as vezes a chuva chega e não faz nada disso. Só cai incessante. Esperanças demais indo ralo abaixo com as águas da chuva.
    Sem dúvida seu melhor texto, Carlo!

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  18. Ooh que lindo! Simm, Carlo, nós humano temos esse devaneio, essa sina de emocional. Principalmente em se tratando de pessoas que valorizam o amor verdadeiro, como eu e vc, que qd amam, amam verdadeiramente. Que se arriscam, nessa chuva, nessa gotas de sentimentos tão puros e ao mesmo tempo tão tempestuoso. Não meu anjo, não é fácil. Eu bem sei que não. Mas, como amamos de verdade ficamos à deriva, à espera.

    "Ouço a voz da solidão gritando pedindo uma vela para cessar esta pressa e alimentar a esperança como se fosse uma criança esperando pelo seu presente."

    Um beijo anjo,
    Fé.

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  19. Quando a tempestade de sentimentos vem, só espero que ela passe logo.

    Primeiro de tudo, obrigada pela sua visita e pelo comentário fofo lá no blog. Fiquei muito feliz de recebê-lo, ok? Volte sempre. Eu estou seguindo seu blog também, imagina só *-* Aqui está incrível, você escreve de uma forma que eu amo, que bom! Obrigada. Beijos ;*

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