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Palavras são doenças esperando cura. Quando digo o que sou, de alguma forma, eu o faço para também dizer o que não sou.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Você não me segue...Afeto.

Eu não estava bêbado, havia dias que não bebia. Que infernos de merda, logo comigo, ela está ali, cheiro de alecrim, corpo ensaboado, da mesma forma antes de se atirar pelo sétimo andar – eu a senti tão perto. Apostamos, ela me tocou de uma forma tão sentida, tão dolorosa de quem queria mesmo me sentir, ser tocada. Ela, vulnerável, que humor ácido, que suavidade ao sorrir, ao piscar os olhos, se propôs até a acender meu cigarro, se disse bem fã do que escrevo. Ela estava aqui, ou eu já estava na parte de lá, não sei definir isso ainda. Não sei gostar novamente, sei sentir tudo entre nós, dentro de mim. O Deus que habita em você é o mesmo que há em mim, única diferença: o teu vem quando você precisa, quando está em aflição; o meu, vem a base de amor, vinho, sexo profano e ódio.

Ciclaninha, de 15 anos, só é boa se deixar o teu membro bem ereto, caso contrário, é uma ninfeta vadia que não sabe nada da vida. É, meu caro, muitos vivem em busca de interesses, se você encontra, tudo é muito bom. A sorte não vem, por vezes, em cartas marcadas por ciganos amorosos e bondosos; vem através da brisa, através da tua energia. Nada diferente de você. Olha, Lary, passei dias procurando a carta dela, eu lembro muito bem, selada, cor bem branquinha quanto a mente, detalhes coloridos pela borda. Representou bem em meu afeto, mas nunca achei, pois esta sequer fora escrita. Penso o quanto não deve ter sido árduo domesticar esse cão que há em ti, afinal, quem conseguiria pôr coleira nas nuvens? Nem Deus se habilita.

Não tenho tantas críticas deferidas. Tantos erros meramente estampados em nossas faces, vidas passando entre ruas sem caminho, aliás, não em nosso caminho. Dormi com o celular ligado essa noite, pensei dele tocar, ou uma mensagem chegar, nem que fosse o anjo da morte avisando que eu embarcaria no vagão 777. Nem isso aconteceu. Não queria estar aqui sem você, a inda me lembro do teu nariz gelado pela teimosia de ir à rua em plena madrugada. Sabe, hoje, aqui está bem frio, está como as ruas da Europa em pleno inverno, mas o calor de saudade e amor que sinto pela tua falta me transporta sem grandes idéias direto ao setor norte, inferno. Hoje, mais pensativo, entendo o por quê de tua letra miúda e deitada, elas também vêm de tua alma, logo não poderiam ser diferentes de tua forma de escrever. Acho cômico tantas camisinhas no bolso, a doença que arruína inúmeras vidas, aquela que tem dose letal, se pega pelo coração.

''I'm a creep...''

Lagos.

9 comentários:

  1. Acho que ... Aham!
    SAUISAUHSAUHSAUHAS

    Sempre foda. s2

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  2. Lagos... O que mais eu tenho pra te dizer? Sempre fantástico! Como já disse outra vez, quero conseguir ser igual à você quando crescer. MUITO MASSA.

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  3. Poesias sujas, urbanas e viscerais... I loved! hahaha

    Parabéns, seu lindo.

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  4. Adorei. Até quando falou das ninfetas. Seu palavriado é improprio, correto. O que for. É como se sentes a vontade de escrever, isso me agrada!

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  5. Você é o oposto.
    O que é do contra atrai.
    Leio tudo repetidas vezes.

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  6. Você acredita se eu falar que me apaixono por você toda vez que leio seus textos? HAHA! Mas logo passa!

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  7. Olhaa que forte Poesia "suja" adorei !!! ótima semana bjos

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  8. caraca, sem comentários. poderia ficar noite toda falando sobre esse teu texto. bom começo de semana.

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Pense o que quiser, escreva o que puder, mas, por favor, seja sempre sincero.