Vou ficar aqui, quieto, tragando o canudo de mim mesmo. De forma hercúlea vou vivendo, me vencendo, me devendo a cada dívida pendurada no pulmão. É, meu bem, deixo por lá que é pra não ter risco de se aproximar do frágil e desgostoso coração. Esse tal de Carlo Lagos faz frases que ele mesmo não concorda, faz ronronar dentro dele uma dureza infinita, uma paixão e ódio pela vida de forma bem medonha e igualitária. O bom é que estou escrevendo no fundo da minha solidão, das minhas loucuras, mas ao mesmo tempo ainda consigo viver, sorrir, e não me matar mais do que o tempo pode fazer. De que me adiantaria lavar o coração, a alma, caso você não esteja aqui para secar as imundas lágrimas? Carência afetiva, dear, e ainda vejo aquela menininha em meu sonho, ou o sorriso do meu velho pai,de barba e usando Azzaro, que eu nunca mais vi.
Batom meio borrado, batom de menina que se arrumou correndo e desceu as escadas – o elevador demoraria muito – correndo para vê-lo passar e, tão rápido quando a felicidade quando chega em nossas vidas, ele passou. Se foi. Não volta pra esse roça mental e cheia de meteoritos que seguramos na mão por onde andamos, chamada: vida real. Ignore esses pensamentos das quatro da manhã. A vida é traiçoeira, minha criança. Você sabe disso. É meio sem sentido você conversar com o poste pedindo conselhos e ainda perguntar o porquê dele se apagar. O dia já vem te saudar, a vida vem te aporrinhar. Jogue fora as idéias arcaicas que resvalam em fracassos sórdidos, reate com os sonhos vermelhos e desesperados que ficaram em algum meteoro monstruoso dentro de ti, afinal de contas, a ponte começa sem esperança alguma e ninguém nunca sabe quando será necessário ejacular sem mostrar a nova cueca e abaixar as calças para as altas idéias medonhas. Aponte para onde você não precise controlar suas emoções, somente aceitá-las e reconhecê-las.
O gosto da boca dela ainda está na minha. Era uma sensação de desespero entre a ejaculação acelerada da cocaína e de um venenoso olhar, um beijo malicioso e aeróbico tentando se esquivar pra não perceber o quanto ela se perde dentro de si mesma. Não adianta, não vou mudar o meu jeito de ser: meloso-diabético com tanta meditas exatas e erradas buscando a perfeição. Não sei fingir que nem estou afim de ficar afim de alguém: ou estou afim, ou quero um fim. Deixo tudo bem claro, sem cozinhar a coxa ou o peito e indo direto no coração ou no fígado, só ando no escuro quando os nossos corpos estiverem entrelaçados. Comigo sempre vai ser assim. Posso me adaptar a soluções que sejam favoráveis a ambos, entretanto, nunca baixarei a bandeira do meu maestro antes que esteja tudo acordado. Eu sou assim mesmo. Ligo dizendo que não quero a queda, mando uma mensagem dizendo que o convir do coração está gritando. Sou sufocante e me torno meio anestésico ao saber que estou enchendo a paciência alheia com excesso de carinho. Sou como um corisco no caos, como um momento bom esperando um momento de saudade. Entre os nãos da vida e o nau que já apita e sucede a partida. Não faça muxoxos por eu não gostar de você, ou por eu não mais encostar em cada sonho fugido de sua vagina seca e frustrada tendo que viver com a realidade de estar solitária. Há dias que eu acordo sem gostar de ninguém; até de mim mesmo.
Duas semanas? Pensei até que seria mais.
Batom meio borrado, batom de menina que se arrumou correndo e desceu as escadas – o elevador demoraria muito – correndo para vê-lo passar e, tão rápido quando a felicidade quando chega em nossas vidas, ele passou. Se foi. Não volta pra esse roça mental e cheia de meteoritos que seguramos na mão por onde andamos, chamada: vida real. Ignore esses pensamentos das quatro da manhã. A vida é traiçoeira, minha criança. Você sabe disso. É meio sem sentido você conversar com o poste pedindo conselhos e ainda perguntar o porquê dele se apagar. O dia já vem te saudar, a vida vem te aporrinhar. Jogue fora as idéias arcaicas que resvalam em fracassos sórdidos, reate com os sonhos vermelhos e desesperados que ficaram em algum meteoro monstruoso dentro de ti, afinal de contas, a ponte começa sem esperança alguma e ninguém nunca sabe quando será necessário ejacular sem mostrar a nova cueca e abaixar as calças para as altas idéias medonhas. Aponte para onde você não precise controlar suas emoções, somente aceitá-las e reconhecê-las.
O gosto da boca dela ainda está na minha. Era uma sensação de desespero entre a ejaculação acelerada da cocaína e de um venenoso olhar, um beijo malicioso e aeróbico tentando se esquivar pra não perceber o quanto ela se perde dentro de si mesma. Não adianta, não vou mudar o meu jeito de ser: meloso-diabético com tanta meditas exatas e erradas buscando a perfeição. Não sei fingir que nem estou afim de ficar afim de alguém: ou estou afim, ou quero um fim. Deixo tudo bem claro, sem cozinhar a coxa ou o peito e indo direto no coração ou no fígado, só ando no escuro quando os nossos corpos estiverem entrelaçados. Comigo sempre vai ser assim. Posso me adaptar a soluções que sejam favoráveis a ambos, entretanto, nunca baixarei a bandeira do meu maestro antes que esteja tudo acordado. Eu sou assim mesmo. Ligo dizendo que não quero a queda, mando uma mensagem dizendo que o convir do coração está gritando. Sou sufocante e me torno meio anestésico ao saber que estou enchendo a paciência alheia com excesso de carinho. Sou como um corisco no caos, como um momento bom esperando um momento de saudade. Entre os nãos da vida e o nau que já apita e sucede a partida. Não faça muxoxos por eu não gostar de você, ou por eu não mais encostar em cada sonho fugido de sua vagina seca e frustrada tendo que viver com a realidade de estar solitária. Há dias que eu acordo sem gostar de ninguém; até de mim mesmo.
Duas semanas? Pensei até que seria mais.
Carlo Lagos.
Me identifiquei muito com esse texto. Em alguns trechos. Adoro ler você. Adoro.
ResponderExcluirEu também sou muito sufocante as vezes e isso me incomoda um pouco, mas acho que cada um com seus defeitos e qualidades ne, so não podemos deixar os defeitos suprir as qualidades.
ResponderExcluirLindo texto, como sempre!
Beijos sumido
Eu não sei o que é pior, acordar há dias sem ter alguém pra amar, ou amar alguém que não te quer nem um dia...
ResponderExcluirA vida é foda!
Te gosto muitos tantos...