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Palavras são doenças esperando cura. Quando digo o que sou, de alguma forma, eu o faço para também dizer o que não sou.

terça-feira, 8 de março de 2011

Alocando sonhos.

Certamente um conto que por muitos cantos é real, que em alguma vida, em alguma onda do Arpoador quer me banhar, ou em algum córrego deseja me levar correndo até a felicidade maior. Ninguém sabe os segredos, eu sei. Sigo na mesma veracidade. Ainda me arrependo desse tempo em que nos encontramos. O teu sorriso sempre me enganando, mas eu queria mesmo era me divertir com isso. Eu descobri os erros inimagináveis de todos os planetas e, creia, não é nada atraente. Há pelos. Apelos. A nostalgia de momentos nem tão distantes assim tendem a me sufocar, os meus planos de risos à dois falhou. E agora, o que tenho de mais forte a não ser as terapias que tento fazer em mim mesmo todos os finais de tarde? Tenho que cantar num canto, num conto.

Sabe, fico olhando a sua foto e me distraio imaginando como poderia ser lindo as nossas bocas e línguas se encontrando, mendigando a atenção miserável que sabemos nos remeter. O que você ainda aguarda? Eu preciso desse olhar de caminho torto e mal transvertido dentro de mim, olhando pra mim, fazendo eu me perder ainda mais do que eu achava necessário, possível. Os seus dentes se juntam pra mim, pra me fazer feliz com esse belo sorriso daqueles que não se fabrica mais, ou, quem sabe, me angustiar ainda mais com essa doce e vagabunda tentação de me fazer voltar a ser um pessoa bem fria, maldosa e lúcida em meio à tanta drogas e blues mal tocado, atravessado. Pare com essa baderna, com esse romantismo, isso pode acabar me (a)traindo. Essa adicção pelo teu ser é solitária e visceral, diperta minha cobiça, aumenta a minha dopamina e só serve para me dopar. Temos química forte e gênios infelizes que nos mantém bem distantes.

Prometo ficar até a página 5, ah, também prometo não mais temperar nossas narinas com todo aquele ácido mentiroso chamado amor. Me lembre de nunca mais prometer nada e de tampouco cumprir com tudo que prometi. Parem, pelo amor de Deus, do Diabo, ou de algum ser desencarnado ou pela santa erva, com essa horrenda mania de não ligar ou aparecer na frente do outro do nada, sem avisos prévios para pedir desculpas. Chega de orgulhos idiotas e dessa coisa de: “não-vou-dar-moral-senão-vai-achar-que-estou-abrindo-o-rabo” e depois ficar com o coração e a cabeça ternamente debilitadas. Peça desculpas, ligue, peça para ver o mais rápido e dar um abraço bem forte. Ignore a sua mesquinharia e agradeça por alguém pensar em você, por querer trazer a felicidade pra sua vida e lá ficar. Assim, você deixará tudo bem claro, ficará bem notório que veio aqui pra ser feliz e a sua alma pode ficar mais transparente pra saber como guiar o teu coração pela estrada, ou estacionar nos anseios ocasionados pelo cotidiano sem muito ficar irado pela necessidade sórdida de crescer. E se quer saber como ainda me mantenho vivo, pergunte aos meus traumas (sonhos).

Crucificações adiccionais...

Desabando no limite...

...alocando pensamentos.


Carlo Lagos.

10 comentários:

  1. olhar e quimica forte fazendo a dopamina escorrer entre nós...

    eu acho tão forte as coisas que voce escreve aqui rapaz, eu nao me canso de ler essas coisas suas!

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  2. Nossa te ler é incansável...quanta sensibilidade...
    bjs*

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  3. É a primeira vez que te visito e me impressionei com o modo detalhista e sensorial que você escreve. Gostei muito!

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  4. Olá gostaria que visita se meu blog que é dedicado a cultura. Espero que goste nele tenho uma coluna poética aos sábados ás 09 da manhã espero poder contar com sua visita.

    Sucesso em seu espaço.

    Magno Oliveira
    Twitter: @oliveirasmagno ou twitter/oliveirasmagno
    Telefone: 55 11 61903992
    E-mail oliveira_m_silva@hotmail.com

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  5. Amigo, vc ainda está vivo porque simplesmente se faz necessário alguém tão especial VIVO neste mundo de cão.

    Seus textos sempre falam um pouco de mim.

    bj

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  6. Havia me esquecido de como são profundas e sinceras as suas palavras. Perdoe-me pela ausência.

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  7. Suas palavras provocam uma espécie de retiro interior fundamental para a reflexão.
    Parabéns!

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Pense o que quiser, escreva o que puder, mas, por favor, seja sempre sincero.