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Palavras são doenças esperando cura. Quando digo o que sou, de alguma forma, eu o faço para também dizer o que não sou.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Ritual.

Entre as certezas cegas me/te encontro. Andarilho. Fodido com idéias insanas e perversas – quanta gente que eu enganei. Não se preocupe, não é o mês de Agosto que está te agonizando, é o peso na consciência mesmo. É a mentira na hora em que mais se precisava da verdade. Não há necessidade de abraçar outro ser que não mais te atrai. Não há necessidade de fazer carícias entre as suas pernas suadas e bambas. O vento seca. A do cessa. Pode se matar aqui ou em Paris, a dor é a mesma, só me poupe de ir à Europa para um funeral, prefiro me tocar em minha cama quente do meu prazer infinito.

Quando vocês entenderem que Deus é uma piada e o Diabo é a gargalhada, talvez, seja tarde. Entendam que somos como um membro ereto e, de forma bem estupenda, estaremos pra baixo. Amores sarcásticos em doses elevadas é bem vadio e tentador. Como eu adorei você dizendo: ''você é bobo pra caralho. Puta que pariu.'' Isso é tentador e muito perturbador, igual a mim! Eu acredito nesse seu ego de mulher da esquina em pleno perigo às duas da manhã. Sem chão, sem sonhos ilícitos, sem afagos em plena modernidade sexual, em pleno caos sentimental.

Não é o apego as santas almas benditas que vai te livrar desse eterno frio de si mesmo. As mesmas notícias estão estampadas em teu olhar, o perigo de te seguir me atenta. As noites perfeitas que nunca vieram me deixam em um niilismo fantástico – não desejo nem ao meu melhor inimigo. Geminiano, com uma puta carência afetiva, com as gramas pesadas na face, com um olhar cansado e com uma eterna carta de despedida do amor. As trevas devem estar em festa, o prédio ao lado não para com esse barulho infernal: os cachorros latem a dor de todos, mas ninguém nota. Passem a nota e estendam todo o pano sobre o corpo alheio, sobre o desespero. O que os falecidos não falam, os vivos pouco ouvem. Te digo que foi muito bom. Foi uma divisão mórbida entre solidão e proteção a dois. Entende? O nosso jogo é importante, mas não pra ser jogado com o teu ser. Agora, você entende por quê nunca tive vontade de aprender a jogar cartas: vai que numa dessa, numa carta trapaceira, minha vida vai de vez pro buraco.


Carlo Lagos.

3 comentários:

  1. Já sabe o motivo de ter adorado. Crises conjugais... Sempre nos inspirando. Ameeei!
    Saudades

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  2. Eu continuo devorando cada palavra sua! Muito bom esse texto teu!

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  3. Tô com blog novo, segue lá?
    http://meianoiteeumquarto.blogspot.com/

    beijo!

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