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Palavras são doenças esperando cura. Quando digo o que sou, de alguma forma, eu o faço para também dizer o que não sou.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

No tempo.

Quer falar em felicidade? Você não pode falar disso. Você acha que é feliz só porque ele te liga de madrugada? Você nem desconfia, ele tomou um banho pra tirar a morrinha da cachaça, mas ainda tem o bafo de bebidas e outras bocas mal beijadas. Ele te ligou só pra ter alguém com quem falar enquanto tocava aquela melodia sentimental. Quando tudo se perder, notarás que era hora de agradecer quando chegou a bonança. Mas você só soube gozar da tal felicidade. Cuidado com o que ditam como vida por aí, companheiro, ela é terrível. Doce como um maracujá. Delicada como um tufão.

A estrada para o amor é uma avenida sem acostamento e sem ruas ao redor. É como lamber mel em espinhos. É como cantarolar sem saber os arrepios insólitos que estão por vir. Longe de tudo e dos anseios que o passado lhe causam o seu mapa astral pode ser tornar até um raio-x emocional. Na metade entre a espera e a necessidade, ganha aquele que nunca te deixar só. Aquele que souber te esconder do mundo, nem que seja em um singelo abraço. Caminhando no escuro de mim mesmo tenho me sentido tão menos, tão pequeno perto do mundo, na verdade, tenho parecido uma anaconda: com hábitos solitários e principalmente noturnos!

Se souberes falar em dor, nos entenderemos. Não que eu seja melancólico, ou queira viver das viagens que só pude fazer pelos cartões postais. Nos entenderemos por não faltar amor entre os nossos corações. Envie menos endorfina à sua mente, controle mais isso, menina. Cuidado, os tapetes estão estendidos, mas são, de forma delicada e trágica, puxados sem que você nem note. Sou um pinel pra você, meu cheiro de bebida te irrita, mas a minha verdade te intriga. O meu beijo te resolve por inteiro deixando as suas pernas molhadas e a minha estrada não tem fim: há somente contos ciganos de corridas contra o tempo por querer mais de tudo aquilo que nunca tive e sempre tive saudade. Sempre fez falta.

Carlo Lagos.

6 comentários:

  1. ... a estrada para o amor , quase mata quem só deseja ser feliz .

    Adorei!
    Bjoo :)

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  2. Felicidade idiota e unilateral!
    Massa o texto!

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  3. Eta moço, que historia essa. Acontece tanto né? Muito gente é iludida assim. Belo texto.
    Tiver um tempo, só colar na barra lá de cima e dar enter: http://semguarda-chuvas.blogspot.com/ .

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  4. Que saudade de tuas palavras, Carlo. Tenho de visitar aqui mais vezes, muitas vezes, e se encontrar o mesmo texto nem me importo. Releio.

    As pessoas se enganam tanto com relação ao amor e sua felicidade mentirosa, vejo tantas garotas por aí chorando com peles secas...
    Também me sinto como uma anaconda, que se sente muito mais feliz sozinha em seu quarto à noite e envolvida pelas cobertas. Mas, ao contrário de você, não tenho coragem de pôr essa verdade em meus textos. Eu só consigo escrever conselhos para mim mesma e verdades que eu preciso ouvir. Porém, não adianta mesmo.
    Sei falar de dor, então sempre que quiser, estou à disposição.
    E não se esqueça: Suas palavras são seu poder e seu remédio. Cuide-se.

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  5. "Ganha aquele que nunca te deixou só." Carlo, acho que esse mal chamado amor eu já não sofro mais, ou simplesmente não me deixo mais abalar talvez seja maturidade, talvez quando se trata de amor não existe maturidade, nem meios nem fins, apenas começos.
    Saudade daqui, Beijão!

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  6. Doce como um maracujá. Delicada como um tufão. Sou da "raça" das iludidas. Não sei nada da vida, mal vivi até agora, mas as tuas palavras são cheias de uma vivência ameaçadora e suave ao mesmo tempo. Texto intenso, texto arrasador, texto lindo, esse. Primeira vez que venho aqui, e veja que meu comentário não saiu nada eloquente, tão espantada estou - você escreve muito bem (:

    Beijos,
    Nina.

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