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Palavras são doenças esperando cura. Quando digo o que sou, de alguma forma, eu o faço para também dizer o que não sou.

terça-feira, 13 de março de 2012

Canto trancafiado.

Se você soubesse que a cada pedido eu, que sempre te abandonei fisicamente, peço tanto tanto por ti que padece pelo teu imenso passado de glórias e sem nenhum bem significativo até agora. Era pra mudar o rumo dessa história, mais sentimento não significa menos destruição e corações arrasados. Significa, um dia você vai entender e concordar, ter mais esperança na bondade alheia, ou em seu próprio ser.

Os meus desejos são tão poucos que cabem no bolso de trás, mas como é que faço com o meu amor que nunca satisfez as minhas necessidades e, tampouco, minhas qualidades? Ai, Oxum, chora e me lava. Chora como a vela e me leva pra um amor puro e belo! Precisaria tanto acabar com esses ataques de disforia que desabrocham constantemente em meu ser. Têm horas que me sinto tão feliz por estar vivo, horas tão cagado por estar neste quadrado que é a vida e ocorre de forma sigilosa dentro de um mundo redondo e torto.

Com a minha barba por fazer, roçando em sua pele clarinha, ouvindo a sua voz angelical pedindo pra que eu nunca te deixe. Deitados, em sua cama de solteiro, vendo a vida passar e o dia escurecer. Vendo nossos corpos transcender. Assim, sem pestanejar, vendendo minha alma pra você e o meu amor para a eternidade. Deixei só um pouco de claridade entrar em minha vida e senti que todo o resto, obscuro e indefinido, se ausenta! Mantenha as porteiras do coração sempre encostada. Assim, é mais fácil trancafiar o que te faz bem e de expulsar aquelas mazelas insossas.


C. Lagoϟ .

3 comentários:

  1. Bonito. Esse texto.
    Fato sem palavras, agora não sei o que dizer.
    AH.

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  2. Texto ostensivo. Mas muito interessante, que chama a atenção da gente, provocando.

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  3. Quanto tempo nao passo por aqui, desde os tempos de coffee blog and cigarettes. Continua otimo.

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