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Palavras são doenças esperando cura. Quando digo o que sou, de alguma forma, eu o faço para também dizer o que não sou.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Suave.

Foi em minhas indelicadezas que achei todos os crimes cometidos por ti. Com cassetete em mãos, com uma armadura em um coração mais venenoso que uma cascavel, me faz entender que isso – pegar chuvas em meio a tantos quentes silêncios - venha ser normal. Eu adoraria adorar toda a sua paz de espírito, mas ela me irrita, não dá liga e sempre dá choque como se fosse uma barata voando e todos gritando alucinados. Mas, você sabe bem, tenho pavor de tudo aquilo que voa sobre a minha cuca, e não será a sua calcinha que vai me prender quando eu tirá-la e atirá-la pra trás de nossos corpos.

Eu sou assim: garoto, homem, merda, incompetente, tatuado, ninguém, cheirador de pó, graduado, conhecido e respeitado, admirado, odiado. Acho, bem no fundo do meu ser, que você sente uma leve inveja das mil facetas que consigo ser sem sacanear ninguém, sem ser falso com quem me daria abrigo. Sou o teu reflexo num espelho sujo e mal pago, sou o teu reflexo do que és, mas não tens coragem de assumir para si mesmo. Estou tão tranquilo, mas ainda precisava estar contente provando a mim mesmo o que sou e até onde vou…

Não é o tempo que passa rápido, menina... Aprenda: são as suas deploráveis necessidades que te atiçam cada vez mais! A sua queda é tão certa quanto a sua necessidade de não desabar. O meu chão é tão duro quanto a vontade de sorrir ao lhe ver cair. Todos acham lindo a minha sensibilidade, quem a quer? Ninguém. Não me importo de você ser um pedaço de mau caminho, nunca gostei de caminhos completos. Gosto de caminhos abertos, mas nunca muito monótono. Diferenças bem descrentes. Vamos falar de sua muito arrependida vida, preste atenção em toda hipocrisia que sai de sua boca. A sua felicidade é uma mentira que virou o pó de sua salvação. O problema não é se arrepender do que não fez, mas, sim, ver o teu algodão doce não se tornar o para sempre em um bolo queimado e renegado. Você com febre. Você acredita que virá um novo dia. Eu avisto o mar e vejo que sou meu próprio amigo, ou inimigo.

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