Clemente, meu caro que não cansas
que carregar essa sua esperança em teu peito vazio. Te admiro tanto, meu caro.
Te prestigio como a água que não cai no sertão. Te amo como que louva um tiro
num escuro, preste a errar a esse gigante em movimento. Faça dessa sua vida a
capital, sem muitas correrias, sem muitas agitações noturnas, por favor. Hey,
obrigado por aquele dia em que me encontraste desamparado pela rua. Eu sei, eu
estava bem maltrapilho, sujo, e com a alma lavada de lama. Sabes como fico
quando ninguém vem me ver.
Vamos tratar de virar páginas no
pensamento, sobre as camas que vivem em nossas cucas embaraçadas por negas de
nós mesmos. Por falar em nós, desembaracei aquele fogo que queimava tão lento
os meu presságios. Era o vento que cortava a minha sala e permitia que a brasa
nunca ficasse branda. Hoje, a chuva, que bate um tambor forte em mim, lavou
essas pestes que cantavam como crianças em corais. As palavras passaram a ser
mais gestos. Os corações dos idosos ainda vão chorar por bordões que nunca
deixarão de existir, mas eu sei que estarás aqui, comigo, me protegendo. Me
amando como o teu bicho adestrado.
Vem me ver, junta o teu calor ao
meu, eu preciso desse seu lado gay-romântico-de-quinta-feira-inacabada. Ponha o
moletom ao regar os meus jardins, não te quero resfriado e nem dando espaços
para essas mazelas espirituais que andam por aí. Os ventos de Iansã tem
contaminado muitos. Faça de conta que ainda és aquele ere mimado e levado que sempre
veio na direção da janela do meu ombro amigo. Depois das partidas, dos dias
cinzas, a gente começa a aprender que se deve diferenciar o sabor do batom em
bocas diferentes e não em sua própria mente. Nas rotas de ruas mergulhadas,
beijarás bocas loucas naufragadas como uma onda que veio, bateu em todos nós, e
nos lembrou a distância entre o teu mundo e o meu!
Carlo Lagoϟ.
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