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Palavras são doenças esperando cura. Quando digo o que sou, de alguma forma, eu o faço para também dizer o que não sou.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Confusão.


Clemente, meu caro que não cansas que carregar essa sua esperança em teu peito vazio. Te admiro tanto, meu caro. Te prestigio como a água que não cai no sertão. Te amo como que louva um tiro num escuro, preste a errar a esse gigante em movimento. Faça dessa sua vida a capital, sem muitas correrias, sem muitas agitações noturnas, por favor. Hey, obrigado por aquele dia em que me encontraste desamparado pela rua. Eu sei, eu estava bem maltrapilho, sujo, e com a alma lavada de lama. Sabes como fico quando ninguém vem me ver. 

Vamos tratar de virar páginas no pensamento, sobre as camas que vivem em nossas cucas embaraçadas por negas de nós mesmos. Por falar em nós, desembaracei aquele fogo que queimava tão lento os meu presságios. Era o vento que cortava a minha sala e permitia que a brasa nunca ficasse branda. Hoje, a chuva, que bate um tambor forte em mim, lavou essas pestes que cantavam como crianças em corais. As palavras passaram a ser mais gestos. Os corações dos idosos ainda vão chorar por bordões que nunca deixarão de existir, mas eu sei que estarás aqui, comigo, me protegendo. Me amando como o teu bicho adestrado. 

Vem me ver, junta o teu calor ao meu, eu preciso desse seu lado gay-romântico-de-quinta-feira-inacabada. Ponha o moletom ao regar os meus jardins, não te quero resfriado e nem dando espaços para essas mazelas espirituais que andam por aí. Os ventos de Iansã tem contaminado muitos. Faça de conta que ainda és aquele ere mimado e levado que sempre veio na direção da janela do meu ombro amigo. Depois das partidas, dos dias cinzas, a gente começa a aprender que se deve diferenciar o sabor do batom em bocas diferentes e não em sua própria mente. Nas rotas de ruas mergulhadas, beijarás bocas loucas naufragadas como uma onda que veio, bateu em todos nós, e nos lembrou a distância entre o teu mundo e o meu! 

Carlo Lagoϟ.  

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