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Palavras são doenças esperando cura. Quando digo o que sou, de alguma forma, eu o faço para também dizer o que não sou.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Sentir na pele.

Querida, eu lembro das suas primeiras tolas e delicadas lágrimas por esse relacionamento que já nascera fracassado. Te falei que era uma onda errada, uma viagem naufragada. Uma vida não pode depender de casos, mas, sim, de fatos. Relembre, em tua doce mente, que você sabe mentir tão bem quanto sabe abrir uma porta, que sabes se vestir tão elegante quanto uma meretriz da Praça XV. Isso te pesa? Isso te corta?

Eu seria o homem mais sortudo do mundo se eu voltasse a te ver sorrir, cantar, arrumar tua casa, sem depressões sua ou jogadas em ti por mentes alheias que nunca quiseram te ver sorrir. Que sorte a sua, hein, nasceu sem nada, viveu entre os homens, dormia com sede por só ter cachaça do teu avô e mesmo assim não reclamavas. Mesmo assim lutou ao ponto de hoje só tomar água de coco. Dizer que não mais preciso de ti seria uma mentira covarde. Tuas limitações físicas me inspiram, acreditam? Vejo superação numa dor interminável, mas vejo garra e coragem para (sobre)viver.

Já sinto falta de você brigando comigo por eu querer mais um copo de cerveja, ou, até mesmo, de me dando um tapa no cigarro por não querer me ver terminando com o pulmão igual ao seu. Aliás, se o nosso pulmão trocasse de lugar com o coração será que estaríamos um pouco melhor? Não sei. E na razão de ir em frente, meu fígado me aperta, me assusta muito sem você me guiando com a sua parte rabugenta. Você vai me vigiar? Você vai rir com aquele olhar inocente de quem não sabe tão bem o que ocorre a sua volta? Tenho certeza que sim, és mulher de verdade. És da expansão do amor até a saudade!

Carlo Lagoϟ.

2 comentários:

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