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Palavras são doenças esperando cura. Quando digo o que sou, de alguma forma, eu o faço para também dizer o que não sou.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Seis anos depois...

Depois de seis anos de conversas, de afastamentos e encantamentos decidiram se encontrar.As mãos dele estavam frias, dizia estar com febre, mas estavam mais geladas do que quando se está na neve, acho que era nervosismo de não saber como proceder diante de uma pessoa tão culta, perto de uma pessoa cujo ele sempre admirou e sempre se encantou. Ela chega como se aquilo fosse normal e não tivesse timidez, quando na verdade não sabia onde pôr a sua vergonha, começam então a rir, a ablar como se nunca fosse acabar aquele momento deles. Ela não sabia como proceder diante de tantos elogios recebidos, ele não sabia se a enaltecia ou se fingia estar tudo normal, aliás, ali não havia nada de normal, a começar por eles.

Ela não precisa de nenhuma Luz para iluminá-la, ela já é a Luz em pessoa, ele às vezes é somente um cara bobo, mas que parece deixá-la feliz com as suas sandices, mas ele queria mesmo era passar aquela tarde toda ao lado dela e admirar todas as paisagens que fosse cabível. O pouco que vem dela se transforma em muito pra ele que nunca teve nada de ninguém e só almeja alguém. Ele a entende bem, ela o compreende como ninguém, se acreditassem em almas gêmeas diriam que seus “destinos foram traçados na maternidade”, quando na verdade eles foram separados desde lá, para aqui hoje se encontrar e poderem traçar um destino melhor, ou menos pior...

Ela o presenteia com um livro, pede que não tome mais desgosto com a vida após a leitura, só deseja que se torne mais realista e menos pessimista. Ele tem um afeto por ela que nunca pensou ter por ninguém, ela não sabe se no momento pode e quer ter alguém, mas ele prometeu a si mesmo esperá-la para quem sabe um dia mostrá-la como realmente é ser amada. Ela tem medo de se entregar e mais uma vez ser magoada. Ele que um dia só quis saber de viajar, sentar o pé na estrada sem saber se vai voltar, hoje só pensa em como vai fazer pra encantá-la, ela pensa que ele só quer comprá-la, mas ao se despedir ele pensou pra si mesmo que um dia eles ainda vão se amar. Fim da madrugada, ele já nem sabe se é dia, enquanto ela dorme ele lembra do seu encontro, e pensa como fazer para que isso não seja só um conto. Vamos deixar isso entre eu e você, vamos sonhar isso entre você e eu, um dia você verá meu anjo que posso vir a ser o seu Romeu.

Fato ocorrido em 09/05/2009.

Lagos.

Um comentário:

  1. Belo texto,quero cada dia q chegar neste "canto" de ideias,me encantar,viajar em seus textos,assim como hj e sempre!

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