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Palavras são doenças esperando cura. Quando digo o que sou, de alguma forma, eu o faço para também dizer o que não sou.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Em outras cidades.

Passei a desconfiar desse tal de destino quando me vi sem tino. Cansei de correr atrás e só ficar pra trás, agora corro a frente do tempo e tento alcançar toda aquela gente que um dia já sofreu, mas que nunca se perdeu. Aquela gente que um dia deu uma louca e saíram por aí sem querer saber se iriam conseguir. Minha família às vezes reclama que não estou com mais ninguém, penso que eles tem medo de eu ficar eternamente só, ou quem sabe chegar ao pó mais rápido que o normal, mas seria tudo igual.

Um dia vou fingir estar tudo bem, e meu bem, vou rir muito das desgraças da vida, mostrando a todos que não me importo com mais nada. Sei que um dia isso passa, quando eu ficar aqui quieto
na minha e esperar. Não quero fazer valer o que já dizia o Cazuza, onde ele queria “ser o seu pão a sua comida”, quero somente poder ter a oportunidade de fazer parte de seu destino, e quem sabe lhe dar “todo amor que houver nessa vida”, lhe mostrar que ela pode ser muito bem vivida e que não vale a pena nenhuma lágrima escorrida.

Hoje vagueio por essas sete cidades, aqui não há maldades, tampouco crueldade, certas horas recuso-me a acreditar que isso aqui seja realidade. Hoje sou acostumado com esse seu olhar sem ter o que falar, com o meu cigarro que se acaba sem eu tragar, com aquela mulher que caminha em minha direção sem nunca chegar. Quando estas aqui quase me mata, quando vais embora eu não quero lhe deixar partir, mas finjo que não ao sorrir. É, meu coração ainda em que aprender os caminho a trilhar, um dia saberá equacionar a razão com a emoção, e talvez assim eu me perca de vez ou então encontre a lucidez.

Lagos.


Um comentário:

  1. Faz o uso das palavras com mta sensibilidade,queres um passado almejando um futuro!

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