Faltando a paz interior, andei
por sete caminhos opostos ao que sempre julguei ser correto, ou, quem sabe,
apenas o melhor. Amaldiçoei cada jantar teu que não fora ao meu lado. Me juntei
a porcos e maltrapilhos pra tentar me entender… Apenas mais uma fracassada
tentativa de me auto sabotar pra me
entender, ou me aninhar a solidão. Fiquei sozinho sem notar, e sem a minha paz
que nunca me pertenceu, que sempre esteve entre os seus lençóis. Desapareci
dentro da imensidão de mim mesmo, dos meus sentimentos, e a necessidade só
soube me adular.
Cuidei de um corvo como quem
tinha em mãos o erro e os ensinamentos de uma coruja em sua melhor forma, numa
madrugada gélida e sombria. Me vi, aos poucos, agindo como uma anaconda: com
hábitos noturnos e sempre solitários. A
sensação de niilismo quase me derrotou. Tem aquela ideologia de merda de que
ainda não seria a hora, né? Por essas e por outras, aos trancos e com muita
dor, aprendi a sair e deixar o relógio em casa. O peito ainda bate um
sentimento frio, e com o soprar do vento a boca seca e o coração se anima,
encolhe entre os dedos a vontade de amar e mostra pelos olhos a necessidade de
sentir a pele arder novamente.
Não se culpe, não lamente por
fracassar – aprenda: pare de reclamar por não ter dado certo, agradeça por ter tido
a oportunidade de tentar . Me acostumei e deixei tudo fugir de mim, me diverti
um bocado. Chorei por ter dado tudo por amor, e lembrei que as folhas mortas somem
antes do próximo outono. Aprende coração: quem não te guarda, não merece saber
por onde vais andar. Parecia tarde pra isso e quando sentia que o meu chão ia
me deixar, cantarolei aos quatros cantos, me banhei na dor, me sacudi em um
frasco de perfume qualquer e senti que não era mais hora de caminhar no escuro
de mim mesmo. Faltou-me a paz, mas nunca os meus desejos. Nunca desisti de ser e, certas horas, por mais que venhamos a ignorar o tempo que quase sempre é uma piada, temos a
necessidade de voltar a sorrir - mesmmo que não tenhamos vontade - só para poder voltar ao lugar de onde nascemos: a luz, a verdade!
Carlo Lagoϟ.
" quem não te guarda, não merece saber por onde vais andar"
ResponderExcluirverdade verdadeira!
lindo texto!
bjos no coração ;*
Só posso te dizer que esse último parágrafo é, a partir de agora, meu mais novo mantra.
ResponderExcluirSábias palavras. Você me encanta!
'' A coragem do mergulho se exige a quem queira provar os perigos ou graças da profundidade, da imersão, do toque. O rio até gosta de ser observado, mas só se dá ao que a ele se entrega.''
ResponderExcluirEscutei Engenheiros do Havaí hoje e lembrei de ti.
Te admirando como sempre. :)
um abraço
e espero que estejas bem - e feliz!
Ah menino como tu escreves tão bem me encantei com tuas palavras.
ResponderExcluir"agradeça por ter tio a oportunidade de tentar"
sempre faço isso para nã desanimar da vida.
http://srt-jully.blogspot.com.br/
"as folhas mortas somem antes do próximo outono" adorei Carlo, alias, esse texto me caiu perfeitamente, sabe aquela roupa de número exato? Era o que eu estava precisando ler pra saber que a gente sempre pode sorrir de novo, por mais difícil que a vida às vezes tente ser, e seja.
ResponderExcluir-
Tenho problemas com facebook, mas adorei a ideia de escreve contigo, vou te passar meu e-mail se surgir uma ideia a gente pode ir rascunhando por lá até ter um texto, que tal?
gabrielafreitasdias@hotmail.com e tenho também o twitter @maspobibi ou @fracass0s