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Palavras são doenças esperando cura. Quando digo o que sou, de alguma forma, eu o faço para também dizer o que não sou.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Taciturno.


Sendo meu até o fim, em tempos de guerra, em tempo de desilusões afetivas, sem imaginação em qualquer estrelas ou, algum planeta sútil sem inspiração. Você  aparece em meio a soluções que me marcam como ferro. As pessoas morreram. As pessoas só existem para os seus interesses. Deus, seu encrenqueiro, faça que as pessoas se unam, vejam o quanto podem ser necessárias em vidas alheias. Anjos terríveis me rodopiaram na semana passada me fazendo encher as narinas de pó, os sentimentos de amarguras e o coração de dor física e moral. Eu tirei do meu olhar aqueles sorrisos que eu tive com pessoas que me juraram fidelidade e amizade eterna, mas ainda bate lá no coração, do nada, como aquela campainha que toca no meia da tarde vazia. Eu sei que sou cansativo, melancólico, enjoado, e muito mais, mas não venha usar do meu ser para transcender e depois me esquecer!

Ontem, conversei com uma jovem tão sensível, taurina, convencida (não, ela não era. Eu que senti a necessidade de implicar com ela), tão resguardada e ao mesmo tempo curiosa. A curiosidade dela, ou o fato de ela me suportar por ininterruptos trinta e três minutos, me comoveu – pobre de mim, ela nem sabe que isso aconteceu. As perguntas que ela me fazia, sendo intrusiva e ao mesmo tempo segura, ganhava a minha confiança e segurança. Eu gosto disso. Eu necessito disso: de pessoas que se interessem por mim, pelo que faço. E ela, mesmo sem nunca tendo me visto, indiretamente, cuidou de mim de uma forma segura e convicta. Enquanto eu imaginava o que falar pra ter mais e mais atenção, ficava a imaginar se não estava sendo inconveniente. São em tardes melancólicas, desastradas e sem esperanças que podem surgir grandes pessoas. Ao dormir, mandei os meus melhores sentimentos a ela, pedi a minha Mãe Oxum que a banhasse com todo amor e ternura. Ela nem vai sentir, ela nem vai lembrar disso, ela nem vai imaginar o quão bem eu a desejei e abracei. Mesmo de tão longe.

Acordei cedo, tomei um bom banho de Arruda para afastar toda negatividade. Para afastar o meu lado de anjo ruim. Acertei a barba, pois sempre se deve estar bem elegante para algo que vai acontecer – de bom ou ruim. Eis que ela – aquela adorável menina – me desejou um bom dia, me perguntou o que seria feito do meu dia e ainda me pediu desculpas por não poder ficar por perto hoje. Ela não sabe, mas naquele momento eu desejei tanto que houvessem mais umas dez dela espalhadas por perto de mim. Sim, sou possessivo e ciumento com as minhas amizades. Eu tinha prometido soltar a corda que enrolava o meu pescoço, soltei… Só havia esquecido que essa ainda está presa ao meu ser. Eu tinha prometido, seu querubim desordeiro, que não me apegaria mais às pessoas e faria delas algo desnecessários. Prometi tanto e amarguro cada vez mais a solidão dos muros gelados de onde tento sair. Estou bem, não tentei tomar doses elevadas de Clonazepan, nem pensei em nada pior. Só penso no melhor que vai vir até àqueles que me desejam todo o bem. Interrupções sistemáticas e metódicas ainda atrapalham a transcendência do sonho para a realidade, ou vice-versa. As decepções são como radares na estrada da vida: nos trazem prudência!

Carlo Lagoϟ.

2 comentários:

  1. é verdade, as decepções nos fazem andar devagar!

    lindo de ser ler e sentir!

    bjos!

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  2. Olá

    Gostei de seu estilo!
    Encontrei seu comentário no blog da Juliana e vim conhecer seu blog!
    Vou segui-lo.
    Abraços.
    RITA
    www.olharesedetalhes.blogspot.com

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