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Palavras são doenças esperando cura. Quando digo o que sou, de alguma forma, eu o faço para também dizer o que não sou.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

A despedida com volta.

Lembro-me agora de uma dócil menina que conheci em meu segundo grau, chego a sorrir de quantas coisas fiz para conquistá-la, passei-me até por evangélico para tentar agradá-la. Me esforcei para entender metafísica quando na verdade queria mesmo que acontecesse alguma física entre nós. A sua voz doce e angelical me confundia. Eu era um garoto revoltado e matando aula para vê-la na quadra. Ela sempre com o seu sorriso tímido a me conquistar.

O que mais me impressionava era a sua bondade aliada a sua ingenuidade. Tinha um ar misterioso por trás daquele sorriso. O seu brilho interno só contemplava toda a sua beleza externa...Sentia um tremor nas pernas inexplicável ao estar com ela, as sensações variavam entre o desejo do seu beijo e fazer por onde ser lembrado por ela em algum instante.

Os seus olhos pretos, com um rosto claro e delicado, eu me via ali loucamente apaixonado. Não deixava de ir a escola um dia sequer, mesmo que não assistisse aula lá estava eu a sonhar com ela toda vez que a via passar. Nunca vi um cabelo com tanto brilho igual ao dela. Ela era diferente de todas as pessoas que já me relacionei, até me encarnaram dizendo que não combinávamos. Diziam que não havia nexo nós dois juntos...Mas será que existe razão quando há uma paixão???

Lagos.

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