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Palavras são doenças esperando cura. Quando digo o que sou, de alguma forma, eu o faço para também dizer o que não sou.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Na Quitanda

Era para ter caído somente o amor, mas, logo, veio a dor, o rancor, o cotidiano, quando fomos ver caiu tudo, até a autoestima. O teto não periga desabar, aliás, o derrubamos na semana em que nos afastamos.  Os jornalistas da minha vida pessoal me perguntam o motivo de nossa distância. Os urubus, meu bem, tendo carniça ou não querem vender o próximo jornal para o padre. Mas sorte teve o Zé, né? O Zé não se aborreceu, sobreviveu ao verão com aquele calor infernal, com a vida enguiçada e trancafiado dentro da própria mente.

A passeata contra os amores elétricos platônicos, meu anjo, enfim, desligou todo mundo pelo medo de levar choque na alma. Eu não fui nem iria a sua formatura, queria ver você se formando em vida, primeiro. Teu companheirismo, por vezes, fora bem necessário, mas não tão importante. Era um mês sórdido de setembro, nem lembro muito bem daquele abraço em forma de discursão e juras de que um não mais procuraria o outro. Eram uma sete e pouca da noite, a poeira estava nos cegando e o meu céu cinza ainda está de pé mesmo com a terra em brasa. Para quem sempre espera, a vida sempre erra.

C. Lagoϟ .

Um comentário:

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